Ansiedade, irritação, dificuldade de concentração e até insônia podem ser sinais de um problema cada vez mais comum entre crianças e adolescentes: a nomofobia.
A palavra vem do inglês no mobile phone phobia e define o medo ou desconforto extremo de ficar longe do celular, ainda que por pouco tempo. Com a popularização dos smartphones, o fenômeno se tornou frequente — e preocupante — dentro e fora das escolas. A nomofobia não está relacionada apenas ao uso do celular para comunicação. A dependência inclui redes sociais, jogos, consumo de conteúdo em vídeo e até aplicativos escolares. O problema surge quando a ausência do aparelho gera agitação, descontrole emocional e prejuízos reais à rotina — especialmente na hora de estudar, dormir ou conviver com outras pessoas. Os sintomas da nomofobia variam, mas podem incluir checar o celular compulsivamente, sentir angústia ao esquecer o aparelho em casa ou demonstrar irritação ao ser impedido de usá-lo. Há ainda quem se isole socialmente ou evite ambientes onde o celular não possa ser utilizado, como aulas, reuniões ou jantares em família. Na infância e adolescência, esse comportamento pode afetar a qualidade do sono, prejudicar o rendimento escolar e limitar o desenvolvimento de habilidades sociais. O excesso de tempo de tela também pode causar cansaço visual, dores musculares e dores de cabeça — problemas físicos que se somam aos impactos emocionais e comportamentais. Pais e responsáveis podem ajudar ao estabelecer limites claros para o uso do celular em casa, como horários definidos e locais onde o aparelho não deve ser usado (por exemplo, durante as refeições ou na hora de dormir).
Atividades offline, como leitura, esportes ou jogos de tabuleiro, ajudam a reconectar a criança com o presente e com os outros à sua volta. No ambiente escolar, estratégias como dinâmicas em grupo, uso consciente da tecnologia e discussões sobre bem-estar digital ajudam a conscientizar os estudantes. Além disso, educadores podem observar mudanças de comportamento em sala de aula, como dispersão constante ou dificuldade de se desconectar do celular, para sugerir encaminhamentos adequados. Quando a nomofobia é persistente e intensa, pode ser necessário o apoio de psicólogos ou terapeutas. O tratamento costuma envolver a identificação dos gatilhos, técnicas de controle da ansiedade e a criação de novos hábitos saudáveis.
Com diálogo, equilíbrio e informação, é possível reduzir os impactos da nomofobia e promover uma relação mais saudável com a tecnologia. O celular faz parte da vida moderna, mas não pode ocupar todos os espaços do dia nem substituir relações reais e momentos de desconexão tão importantes para o crescimento. Para saber mais sobre a nomofobia, acesse e exame.com/ciencia/nomofobia-entenda-o-que-e-o-transtorno-e-as-formas-de-minimiza-lo camara.leg.br/radio/programas/977152-nomofobia-o-vicio-ao-celular-o-que-saber-e-como-evitar