Brincar é a forma mais natural que a criança tem de aprender. Ao montar blocos, correr, desenhar ou inventar histórias, ela desenvolve atenção, memória e coordenação. Nessas experiências, aprende a lidar com regras, a resolver conflitos e a expressar sentimentos. Por isso, o Dia das Crianças é uma boa oportunidade para lembrar que o brincar não é apenas diversão. É parte essencial do crescimento e da formação emocional, social e cognitiva. Durante a brincadeira, a criança experimenta o mundo. Cada jogo, faz de conta ou desafio estimula habilidades diferentes. Ao jogar bola, aprende a esperar a vez e a trabalhar em grupo. Ao brincar de casinha, cria papéis e aprende a se colocar no lugar do outro. Quando desenha ou pinta, explora formas e cores, fortalecendo a criatividade e o raciocínio. Tudo isso acontece de forma leve, sem a pressão de "acertar". É importante que pais e cuidadores estejam presentes nessas experiências.
O adulto pode orientar, mas sem controlar. Ajudar a nomear emoções, por exemplo, ensina a criança a reconhecer o que sente. Quando o adulto diz "parece que você ficou triste porque perdeu o jogo", ele mostra que o sentimento é natural e pode ser compreendido. "Brincar é uma linguagem da infância e deve ser respeitado como parte do desenvolvimento", afirmam educadores do Colégio Anglo São Roque. Limites que ensinam e protegem Brincar com liberdade não significa ausência de regras. Pelo contrário: os limites ajudam a criança a se sentir segura e a entender o que pode ou não fazer. Combinados simples — como guardar os brinquedos, esperar a vez e dividir o espaço — ensinam convivência e responsabilidade. O importante é que os limites sejam explicados com calma, sem gritos ou humilhações. Quando a criança participa dessas combinações, compreende melhor o motivo das regras e tende a respeitá-las. Também observa o comportamento dos adultos. Se vê o adulto sendo respeitoso e paciente, ela aprende a agir da mesma forma. Por isso, o exemplo é uma das formas mais eficazes de educar. Tempo e presença que fazem diferença Crianças precisam de tempo livre para brincar, imaginar e descansar.
A rotina cheia de compromissos e o excesso de telas dificultam esse processo. O tédio, muitas vezes, é o início da criatividade. É quando não há nada programado que surgem ideias novas: um jogo inventado, uma história criada ou uma construção improvisada. A presença dos pais e educadores é fundamental. Estar junto, observar e participar, sem pressa, transmite segurança e afeto. Pequenos gestos — ouvir, rir junto, contar histórias — fortalecem o vínculo e ajudam a criança a se expressar com confiança.
O Dia das Crianças pode ser um lembrete disso: mais do que presentes, o que marca a infância são os momentos vividos em família. O valor da diversidade e do conviver Cada criança tem um ritmo e um jeito próprio de aprender. Respeitar essas diferenças é essencial para que todas cresçam com autoestima e pertencimento. O contato com crianças de diferentes origens, culturas e estilos de vida amplia a visão de mundo e ensina a importância do respeito. Em casa e na escola, o convívio com a diversidade ajuda a criança a compreender que as diferenças fazem parte da vida e que todos merecem respeito. Brincadeiras coletivas, projetos em grupo e trocas simples no dia a dia são experiências que constroem empatia e solidariedade.
Brincar também no mundo digital
A tecnologia faz parte da rotina das crianças, mas precisa ser usada com equilíbrio. Jogos e vídeos podem trazer benefícios, desde que o conteúdo seja adequado e o tempo controlado.
A presença do adulto é essencial para ajudar a interpretar o que é visto e para transformar o momento diante da tela em uma experiência compartilhada. Conversar sobre o que foi assistido, fazer perguntas e relacionar com situações da vida real ajudam a criança a compreender melhor o mundo digital. Assim, a tecnologia deixa de ser um risco e se torna uma ferramenta educativa e segura.
Celebrar todos os dias
O Dia das Crianças é uma data simbólica, mas o cuidado e o respeito pela infância devem acontecer todos os dias. Criar tempo para brincar, ouvir, orientar e estar junto é o maior presente que uma criança pode receber. Brincar ensina sobre convivência, paciência, superação e empatia. É uma forma de aprender sobre o mundo e sobre si mesma. Quando adultos valorizam esse tempo, contribuem para que cada criança cresça mais segura, criativa e feliz.
Celebrar o Dia das Crianças é, acima de tudo, reafirmar o direito de viver a infância com liberdade, afeto e curiosidade. É lembrar que a brincadeira não é perda de tempo — é o tempo mais valioso da vida.