A recusa em ir à escola, episódios frequentes de tristeza ou irritação e o súbito afastamento de colegas podem ser indícios de que uma criança está sofrendo bullying. Nem sempre os filhos compartilham com os pais o que estão passando, por isso é essencial estar atento a alterações comportamentais. Mudanças no apetite, insônia, notas mais baixas ou perda de objetos pessoais sem explicação também devem ser observadas com cuidado.
O primeiro passo é oferecer acolhimento e reforçar que a criança não tem culpa pela situação. Criar um espaço seguro de escuta, sem julgamentos, é fundamental para que ela se sinta à vontade para falar. A partir do momento em que o bullying é identificado, é importante registrar os episódios, anotando datas, locais e o que aconteceu — inclusive se houver testemunhas ou prints, no caso de cyberbullying.
Buscar o apoio da escola é essencial. É importante manter um diálogo respeitoso e objetivo com os educadores, relatando os fatos de forma clara e propondo uma parceria para garantir a segurança da criança. O combate ao bullying só funciona quando há uma atuação conjunta entre família, escola e profissionais da área da saúde. Além do apoio institucional, a ajuda de psicólogos pode ser necessária, especialmente quando os efeitos emocionais já estiverem mais intensos.
A terapia pode auxiliar a criança a recuperar sua autoestima e aprender estratégias para lidar com situações difíceis, sem carregar traumas prolongados. É importante também avaliar o ambiente de convivência da criança fora da escola. Redes sociais, grupos online e até relações familiares podem reproduzir padrões agressivos que contribuem para o isolamento. Estimular a prática de esportes, atividades culturais e momentos com amigos que valorizam o respeito e a empatia ajuda a fortalecer vínculos positivos.
No Brasil, a Lei 13.185 estabelece diretrizes para prevenir e combater a intimidação sistemática em ambientes escolares. Ainda que existam medidas legais, a ação mais efetiva começa dentro de casa, com diálogo, vigilância afetiva e orientação. Ensinar as crianças a dizer "não", a procurar ajuda e a cultivar o respeito pelo outro são atitudes que contribuem para ambientes mais saudáveis.
Cuidar do bem-estar emocional dos filhos é uma das formas mais importantes de protegê-los. Em casos de bullying, agir com rapidez e sensibilidade pode interromper ciclos de sofrimento silencioso e restaurar a confiança da criança em si mesma e nas pessoas ao seu redor. Para mais informações sobre bullying, acesse brasilescola.uol.com.br/sociologia/bullying ou www.unicef.org/brazil/blog/bullying-e-violencia-escolar