Uma criança que desenha diariamente está desenvolvendo mais do que apenas traços coloridos no papel. O desenho infantil é uma atividade que influencia diretamente áreas fundamentais do desenvolvimento, como o controle motor, a organização do pensamento, a criatividade e a expressão emocional.
Antes mesmo de aprender a escrever, muitas crianças já se comunicam por meio de formas, traços e cores, revelando sentimentos, ideias e experiências vividas. As chamadas garatujas — rabiscos feitos por volta dos 18 meses — já representam um marco no desenvolvimento motor e cognitivo. Elas ajudam na coordenação olho-mão e no controle dos movimentos do punho, passos iniciais para a futura escrita. Com o tempo, os desenhos se tornam mais definidos e ganham significados pessoais, permitindo que a criança conte histórias, represente situações sociais e processe emoções como medo, alegria ou frustração.
Os educadores do Colégio Anglo São Roque (SP) esclarecem que essa liberdade para se expressar sem julgamentos favorece o equilíbrio emocional e ajuda os adultos a compreenderem melhor o universo interno infantil. Do ponto de vista cognitivo, o desenho desafia o raciocínio espacial, a memória visual e a capacidade de planejar. Já no campo social, muitas crianças retratam nas imagens suas relações com amigos e familiares, reforçando o entendimento sobre o convívio humano.
Além disso, ao compartilharem seus desenhos com outras crianças ou adultos, praticam habilidades de comunicação e interpretação. Durante a fase entre 4 e 7 anos, os desenhos ganham elementos mais complexos, como personagens, cenários e ações encadeadas. Esse processo de criação ajuda a desenvolver a atenção aos detalhes, o senso de sequência e a capacidade de resolver problemas de forma simbólica. A partir dos 7 anos, é comum surgir o interesse por formas mais realistas e técnicas mais elaboradas. É fundamental que pais incentivem o desenho como parte da rotina, sem cobranças ou comparações. Fornecer materiais simples, como papel, lápis e tempo livre, já é o suficiente para que a criança explore seu potencial. Ao valorizar essa prática, adultos contribuem para um desenvolvimento mais completo e para o fortalecimento da autoconfiança infantil.
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