O Brasil enfrenta, a cada ano, novos surtos de dengue, uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. O número de casos cresce rapidamente em diferentes regiões, tornando a conscientização sobre a prevenção um tema urgente. Dentro desse cenário, o ambiente escolar tem um papel de destaque, já que reúne diariamente crianças, adolescentes e famílias que podem se tornar multiplicadores de práticas de cuidado e vigilância. Trabalhar a conscientização da dengue nas escolas significa educar, envolver e preparar as novas gerações para combater um dos maiores desafios de saúde pública do país.

Ao abordar a dengue no espaço escolar, cria-se a oportunidade de ensinar as crianças a identificar possíveis focos do mosquito, compreender os sintomas da doença e adotar hábitos que ajudem a manter a comunidade mais protegida. Além de contribuir para a formação cidadã, esse trabalho se reflete na saúde de toda a sociedade, uma vez que cada criança leva o aprendizado para dentro de casa, multiplicando informações e atitudes de prevenção.


Estratégias de educação e prevenção nas escolas

A prevenção da dengue exige práticas cotidianas e constantes. Nas escolas, essas ações podem ser transformadas em atividades educativas que envolvem o conhecimento e a prática. Palestras, rodas de conversa e campanhas visuais contribuem para que os alunos compreendam o ciclo do mosquito e saibam que ele se reproduz em água parada, mesmo em pequenas quantidades. Atividades práticas, como a inspeção de ambientes externos e internos, tornam o aprendizado mais efetivo. Ao identificar potenciais criadouros — como pneus, vasos de plantas ou recipientes descobertos —, as crianças aprendem que pequenas atitudes fazem grande diferença.

Essa vivência ajuda a transformar o conhecimento em comportamento, formando cidadãos mais atentos e responsáveis. "Trabalhar o tema da dengue de forma prática ajuda as crianças a entenderem a importância de cada atitude no combate ao mosquito. Esse conhecimento, quando levado para casa, fortalece toda a comunidade", destacam educadores do Colégio Anglo São Roque. Outra estratégia eficiente é utilizar recursos lúdicos. Dramatizações, jogos educativos e materiais ilustrados ajudam os alunos a assimilar informações de maneira envolvente. Além disso, parcerias com profissionais da saúde podem enriquecer as atividades, trazendo informações atualizadas e esclarecendo dúvidas de forma acessível.

Reconhecimento dos sintomas e cuidados com as crianças Além da prevenção, é fundamental conscientizar sobre os sintomas da dengue, especialmente em crianças, que podem apresentar sinais de forma mais intensa. Febre alta, dores no corpo, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas e cansaço são indícios que precisam de atenção imediata. Ensinar alunos e pais a reconhecerem esses sinais ajuda a buscar ajuda médica de forma precoce, evitando complicações. Em casos mais graves, podem surgir sinais de alarme, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes e sangramentos. Nessas situações, o encaminhamento rápido ao hospital é essencial. No ambiente escolar, a equipe deve estar orientada para identificar sintomas suspeitos e informar a família prontamente.

A conscientização não se limita ao reconhecimento da doença, mas também inclui informações sobre os cuidados durante a recuperação. Repouso, hidratação frequente e acompanhamento médico são medidas indispensáveis. Em situações mais simples, esses cuidados são suficientes, mas os pais devem estar atentos a qualquer mudança no quadro da criança.

Ações coletivas e impacto comunitário

As escolas, ao promoverem campanhas de conscientização sobre a dengue, ampliam seu impacto para além dos muros da instituição. Alunos informados passam a cobrar atitudes em casa, como tampar caixas-d’água, verificar ralos, descartar corretamente o lixo e evitar recipientes que acumulem água. Esse comportamento tem efeito direto na redução de criadouros do mosquito nas comunidades. Campanhas escolares podem incluir passeatas de conscientização, distribuição de materiais informativos e até mobilização de vizinhanças para mutirões de limpeza. Essas iniciativas, além de fortalecerem a educação das crianças, aproximam a escola da comunidade e tornam a prevenção uma responsabilidade compartilhada. "Quando as crianças se envolvem em atividades de prevenção da dengue, elas não apenas aprendem, mas também se tornam agentes de transformação em suas famílias e vizinhanças", ressaltam educadores do Colégio Anglo São Roque. Outro aspecto importante é o apoio psicossocial. O medo da dengue pode gerar ansiedade tanto em crianças quanto em seus familiares. Orientações claras e acolhimento ajudam a reduzir a sensação de insegurança. Ao transformar o tema em aprendizado e em ações concretas, a escola contribui para que o combate à doença seja encarado de forma proativa, em vez de apenas reativa. O combate à dengue é um desafio coletivo que exige conhecimento, vigilância e participação ativa da sociedade. As escolas têm um papel fundamental nesse processo, pois conseguem unir educação e prática em um espaço de convivência diária. Ensinar as crianças a reconhecer os riscos, identificar sintomas e adotar atitudes preventivas significa investir em uma geração mais consciente e preparada para enfrentar esse problema de saúde pública.

Para saber mais sobre a dengue, visite https://drauziovarella.uol.com.br/pediatria/dengue-em-criancas-saiba-como-identificar-a-doenca e https://g1.globo.com/saude/noticia/2024/02/08/dengue-em-criancas-saiba-quais-sao-os-sintomas-os-sinais-de-alerta-e-como-deve-ser-o-tratamento.ghtml